domingo, 7 de junho de 2009

Vídeo - utilização de pó de basalto


Fertilizante alternativo

ADUBAÇÃO ROCHAGEM

Alternativa para reduzir custos.

Pós de rochas podem substituir os adubos químicos com vantagens econômicas e ambientais.

Culturas como a cana-de-açúcar apresentam bons resultados.

Agricultores e pecuaristas estão reclamando, com razão, da alta dos preços dos insumos, principalmente dos fertilizantes. O que a grande maioria não sabe é que existe uma técnica de adubação comprovadamente eficaz e que custa entre 15% e 20% da tecnologia convencional. Trata-se da aplicação de pós de rochas (ou farinhas de rocha) no solo, denominada rochagem.
Várias rochas podem ser utilizadas para melhorar a fertilidade dos solos, mas as recomendadas são as mais jovens, especialmente as vulcânicas, ricas em macro e micronutrientes. Na região Centro-Oeste há grande disponibilidade de basaltos, mais um fator que favorece sua utilização na agricultura, porque diminui os custos com transporte.
A geóloga Suzi Huff Theodoro, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), informa que os basaltos têm grande quantidade de potássio e magnésio e também micronutrientes. Segundo ela, a adubação convencional com adubos químicos fornece nitrogênio, fósforo e potássio e, no máximo, cinco micronutrientes. Já a rochagem deixa no solo um banco deles.
Outra grande vantagem da técnica é a duração, que a torna bastante econômica. Os efeitos benéficos da adição do pó de rocha ao solo duram cerca de quatro anos, não requerendo nova aplicação a cada ano. “ A rocha gera os nutrientes e o que a planta não consome fica no solo para o consumo futuro”.
A rochagem traz ainda benefícios ambientais. Por ser natural, o pó de rocha pode ficar no solo como um banco de nutrientes, sem qualquer risco de dano ao meio ambiente.
Com tantas vantagens, a rochagem deveria estar amplamente disseminada no Brasil. Suzi Theodoro diz que a técnica ainda não é empregada por cinco fatores: desinformação dos produtores rurais, falta de política pública de incentivo à utilização de materiais alternativos na adubação, falta de regulamentação para o comércio de pós de rochas, falta de crédito para aquisição e custo do transporte, que afeta apenas algumas regiões.
Em Goiás, existe uma grande produção de brita de basalto, mas o pó ainda não é aproveitado na agricultura. O geógrafo e produtor rural Herman Ferro tem uma reserva de basalto em sua propriedade, localizada no município de Paraúna, e quer iniciar a comercialização do produto para fins agrícolas. Ele diz, no entanto, que é difícil mudar a cabeça do produtor.
A pesquisadora Suzi Theodoro, da UnB, afirma que em culturas de ciclo curto, os resultados da rochagem foram pelo menos iguais aos obtidos com a utilização de fertilizantes químicos. “Em alguns experimentos, a produtividade de culturas como arroz e milho chegou a ser 20% maior”, comenta.
Já no caso de culturas de ciclo longo, como a cana-de-açúcar e a mandioca, os resultados foram melhores que os obtidos com a adubação convencional.
A rochagem também é bastante eficaz para a adubação de pastagens. “Ela faz a remineralização do solo”, diz Suzi. Segundo ela, o início das chuvas é o momento ideal para aplicar a técnica em pastagens, porque o pó de rocha vai ser incorporado ao solo.